segunda-feira, março 08, 2010

Cego


Aos tropeços, cego, tateei ao longo do muro. Áspero era o toque, árdua a caminhada. Mesmo assim não desisti. A cada passo, um aroma. Nem sempre agradável. Esgotos exalavam sua carga putrefata. Só podia rezar para não patinhar na decomposição. Precisava encontrar o umbral, o limbo que libertaria meu corpo, a entrada para a paradisíaca utopia. E continuava tateando. Minhas esperanças minguavam a cada minuto. Longo era o muro, repetidos os aromas. Encontrei, surpreso, minha bengala. O ciclo se fechara. Morreu, enfim, por último, a esperança.

5 leram:

layla 5:29 PM  

Que texto lindo - profundo, poético e triste...

e plagiando o Herbert Vianna...

Há (sempre) uma luz no túnel Dos desesperados.
Há (sempre) um cais de porto
pra quem precisa chegar

e eu estou na lanterna dos afogados e estou te esperando,
vê se não vai demorar...

afinal amigas são para isso...para acolher e servir de bengala a quem se quer bem.

Adorei sua prosa poética - Poeta!

e a Esperança não morreu... a encontrei agorinha mesmo...bem ali.

Claudinha ੴ 11:30 PM  

Olá Rayol!Há quanto tempo não venho aqui!
A descrição é o máximo! Estamos sempre morrendo um pouco a cada dia.
Triste e real!
Beijo!

Unknown 2:27 PM  

Acabei de achar mais uma esperança...

Rosangela de Figueiredo 10:18 AM  

Sabe de uma coisa, estou bem mais interessada neste A Cor da Letra.

Gosto muito de poesia, minha poetisa predileta: Cecília Meireles, livro de cabeceira...

Sua escrita é interessante.
Atrativa.

Lia Noronha &Silvio Spersivo 2:17 PM  

td bem contigo?
Td maravilhoso por aqui.
Abraços carinhosos.

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